Um dia abandonaram-me no miradouro de Santa Iria. Passei fome e, como cresci acorrentada, as minhas patinhas traseiras não desenvolveram normalmente, tendo que rastejar à procura de comida. Quis o destino encontrar alguém que em mim pegou e me levou para uma clínica. Ali vivi algum tempo, recuperando o meu estado de desnutrição e um pouco do meu problema locomotor. Durante este tempo recebi carinho e dedicação por parte de todos. Foi então que um dia apareceu uma família que me adotou e me deu uma casa. Ali fui mãe, mas… depressa me devolveram…
Hoje vivo novamente na clínica, onde já fui esterilizada. Sou meiga, gosto muito de crianças, a caminhar sou um pouco desajeitada, mas que me dá um certo ar engraçado, e estou muito bem de saúde. Chamo-me Pirata, adoro as minhas madrinhas, mas gostava de ter um lar e uns bons donos para dar todo o meu amor.
Ajudem-me a esquecer a tristeza que já vivi e a crueldade humana a que já assisti.
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